quarta-feira, 2 de dezembro de 2015






Terra

Ó Terra, amável mãe da Natureza! 
Fecunda em produções de imensos entes, 
Criadora das próvidas sementes 
Que abastam toda a tua redondeza! 

Teu amor sem igual, sem par fineza, 
Teus maternais efeitos providentes 
Dão vida aos seres todos existentes, 
Dão brio, dão vigor, dão fortaleza. 

Tu rasgas do teu corpo as grossas veias 
E as cristalinas fontes de água pura 
Tens, para a nossa sede, sempre cheias. 

Tu, na vida e na morte, com ternura 
Amas os filhos teus, tu te recreias 
Em lhes dar, no teu seio, a sepultura. 

Francisco Joaquim Bingre, in 'Sonetos' 

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